Notícias falsas sobre vacina deixaram índios com medo de virar jacaré, mudar de sexo ou morrer, mostra documento
Em documento enviado ao Ministério da Saúde, indígenas relataram que a difusão de fake news está gerando desinformação nas aldeias do país. Índios disseram que rejeitaram ser vacinados com medo de virar jacaré, de mudar de sexo, de contrair o HIV e até de morrer. O documento está com membros da CPI da Covid. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.
No ano passado, por exemplo, Jair Bolsonaro rebateu críticas por não ter comprado logo doses de Pfizer e afirmou que o contrato isentava o laboratório de responsabilidade sobre eventuais efeitos colaterais. "Se você virar um jacaré, é problema de você, pô. Não vou falar outro bicho, porque vão pensar que eu vou falar besteira aqui, né? Se você virar super-homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. Ou, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas", disse.
O Ministério da Saúde organiza a assistência à saúde indígena por meio de 34 distritos sanitários especiais (DSEIs). Do total, 19 têm relatórios disponíveis sobre as recusas dos índios em aceitar a vacina e estratégias para superar a resistência.
De acordo com um trecho da nota técnica assinada por Robson Santos da Silva, titular da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), "os DSEIs iniciaram a Campanha de Vacinação, e aqueles que identificaram dificuldades para o alcance da meta foram orientados a aplicar o plano de sensibilização, uma vez que o principal motivo de resistência nos territórios indígenas ocorre devido à circulação de notícias falsas".
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